Quando aprendemos a manejar todas as teorias que podem ser úteis para resolver os conflitos, devemos dar um passo fundamental que é … deixar de lado todos essas teorias. Isso não é uma piada, mas um princípio fundamental para acessar o caminho da “cura”.
Quando um periodista perguntou à Picasso como havia conseguido pintar todos esses quadros que deixavam de lado toda história da pintura e inauguravam uma nova forma de pintar, ele respondeu:
Precisei estudar durante toda minha vida todas as escolas de pintura.
Com essa frase ele pôde expressar uma verdade irrefutável: para ir além do que todos foram, primeiro você precisa ir onde todos foram. Alguém pode saber muito sobre teorias a respeito das doenças e da saúde mas quando chegar o momento de se curar, deve se desprender dessas teorias ligadas à sua análise, capacidade de cálculo e organização lógica.
Muitas pessoas se aproximaram de Hamer por sua lógica maravilhosa. A organização das doenças que ele faz do ponto de vista embrionário, a precisão do sentido biológico e a análise da origem filogenética deslumbrou todos aqueles que apreciam o esforço daqueles pesquisadores que vão além do que a maioria dos estudiosos pensa.
Nós sabemos muito e, no entanto, os Picassos não são abundantes. De todas as teorias e escolas que nomeamos (filosofia, psicologia, sociologia, pedagogia, física, biologia…), quantos seres humanos as conhecem? E quantos daqueles que os conhecem os entendem? E quantos daqueles que os entendem os colocam em prática?
Qual é o tipo de conhecimento que leva à sabedoria de resolver os grandes conflitos da nossa existência? Porque se pode conhecer perfeitamente toda a teoria de Hamer e fazer um câncer após uma perda emocional ou uma profunda desvalorização? Pode-se também lidar com a teoria de Hellinger e fazer sua constelação, mas sofrer de artrite reumatóide. Ou conhecer todas as outras escolas e praticá-las, mas ante à uma crise profunda agimos como quase todos os seres humanos agem, com dor e fúria.
A natureza humana e sua conformação neurológica serão discutidas à diante. Mas se isso fosse absolutamente verdade, por que continuamos elaborando teorias sobre a evolução psíquica e espiritual do homem? Será que tudo é uma farsa e continuamos a ficar doentes das mesmas doenças que adoeceram quando todas essas teorias ainda não eram conhecidas? E pior ainda, morremos com novas doenças além de continuar tendo o que tínhamos antes.
Pense nisso. Os órgãos ainda estão “doentes” da mesma forma que milhões de anos atrás. Os processos descritos pela medicina: inflamação, necrose, reparo, neoplasia, etc. eles não mudaram de expressão desde a origem dos vertebrados. Eles se repetem como em milhões de anos atrás, sem qualquer tipo de mudança. Se hoje sabemos como alguns elementos que não conhecíamos antes são chamados, não significa que antes eles não existissem. Só que a ciência estava descrevendo-os.
O estômago faz úlceras e tumores desde sempre, espasmos e atonias. No cérebro, se rompem os mesmos vasos que se romperam sempre. O rim se torna insuficiente como quando surgiu. Não houve evolução orgânica no Homo Sapiens. Mas se supõe que houve uma evolução psíquica. Tanto assim, que a ciência teve que separar a psiquê do corpo, já que não se podia entender que a psiquê evoluiu tanto e os órgãos nada.
E se tudo isso for uma mentira? Uma fábula criada por uma humanidade baseada em um atributo da espécie que é a PALAVRA?
Nós somos os mesmos de sempre e isso é atestado por nossos corpos. Eles continuam fazendo a mesma coisa desde a sua origem. No entanto, criamos estímulos artificiais para os quais os órgãos não possuem codificação cerebral e reagem por aproximação. Isso gerou o que poderíamos chamar de “erros orgânicos”, nos quais esses estímulos artificiais provocam reações programadas apenas para certas situações naturais.
O fato de ter que reprimir a agressão a outra pessoa por razões culturais é um exemplo da incorporação de um estímulo artificial que a palavra definiu como “engolir tudo e não explodir”.
A codificação do cérebro é inscrita de modo que o órgão reaja quando há um pedaço de comida muito grande e não pode expeli-lo. Essa situação natural provoca a resposta de ativar esse código cerebral que ordena que o órgão produza uma grande quantidade de células que secretam sucos digestivos para que esse “pedaço” seja finalmente digerido. Isso dependerá do tamanho do “pedaço entalado”, porque se for muito grande, o órgão precisará de muito tempo para elaborar as novas células.
Ora, não é isso que acontece quando o estímulo é artificial, ou seja, há uma situação que é vivida como injustiça e a pessoa “deve engoli-la”. De qualquer forma, poderíamos dizer que isso não acontece sempre.
Em todas essas situações, o significado biológico do programa cerebral deve ser observado em face do conflito da natureza e, ao mesmo tempo, da mudança que faz com que o cérebro seja ativado pela “abordagem” do programa.
É por isso que em cada órgão ou sistema devemos classificar os programas frente aos conflitos biológicos naturais e depois categorizar a metáfora por uma mudança de significado e a metonímia por mudança de conceito.
Sobre o autor: O Dr. Fernando Callejón nasceu em Rosário, Argentina, em 1955. Se graduou em medicina na Universidade Nacional de Rosário no ano de 1980. Cursou estudos de psicanálise antropologia filosófica. Em 1995 assistiu aos seminários ditados pelo Dr. Ryke Geerd Hamer. Foi presidente do primeiro curso de Nova Medicina na Argentina no mesmo ano. Leciona cursos e conferências a nível nacional internacional
Tradução e adaptação por Simone Carvalho