O cérebro é sensível à experiência ao longo de toda a vida, mas é o que acontece durante os períodos críticos da vida pré-natal e imediatamente seguinte ao parto que organiza o cérebro.
Vamos entender como o início de nossas vidas influencia nossas relações, nossa visão de mundo e nossa personalidade, nesta série de posts que virão inspiradas no livro de mesmo título: O bebê do amanhã, de Thomas Verny!
Nas últimas duas décadas, vários experimentos de laboratórios de primeira linha em Neurociências – Princeton, Yale, Rockfeller e outros – fizeram descobertas de tirar o fôlego.
Descobriram que, a partir da concepção o cérebro da criança é conectado ao seu meio ambiente. A interação com o meio ambiente não é só um aspecto do seu desenvolvimento, mas um requisito que faz parte desde os primeiros dias no útero.
Até pouco tempo, a psicologia concordava que, antes dos 3 anos de idade, a experiência teria pouca influência sobre a inteligência, as emoções e a estrutura do cérebro. Segundo estas descobertas, tudo isso é um grande equívoco.
O cérebro é sensível à experiência ao longo de toda a vida, mas é o que acontece durante os períodos críticos da vida pré-natal e imediatamente seguinte ao parto que organiza o cérebro. Agora sabemos que todo processo biológico deixa uma impressão psicológica e todo evento psicológico modifica a arquitetura do cérebro – e determinam a extensão das faculdades mentais nos adultos.
Um exemplo é que uma relação segura com um ou dois cuidadores principais leva a um desenvolvimento mais rápido das capacidades emocionais e cognitivas.
E sim, se você já estudou Freud e Piaget, estes estudos vão sim contra vários dos aspectos das teorias destes estudiosos que atribuíam pouquíssima percepção ou cognição à criança com menos de 3 anos. Estas teorias não resistem ao rigor das modernas varreduras do cérebro e nem aos estudos duplo-cego feitos com recém nascidos.
Isso pode (e deve) modificar totalmente nossa visão sobre gestação e primeiros meses de vida. O aprendizado nos três primeiros anos de vida é EXPLOSIVO, ocorrendo à medida que certas áreas são ativadas para desenvolvimento das capacidades específicas.
E como o bebê se comunica com o ambiente? Através de uma sopa bioquímica de hormônios, neurotransmissores e polipeptídeos que nos permitem comunicar via mão dupla com regiões extensas do corpo e cérebro. As mães grávidas se comunicam intimamente com seus filhos ainda por nascer através destas moléculas, que determinam se temos tendência à depressão ou à alegria, à ansiedade ou à calma.
Hoje a ciência já prova: a emoção humana e o senso de identidade se originam não no primeiro ano após o nascimento, mas no útero.
Mulheres grávidas e seus filhos ainda por nascer conseguem perceber os pensamentos e sentimentos uns dos outros. Como já se imaginava, faz sim diferença sermos concebidos com amor, com pressa ou raiva, se a mãe deseja ou não a gravidez, que os pais se saem melhor quando vivem num ambiente calmo e estável, quando não há vícios e quando há o apoio de familiares e amigos.
Mapeou-se a biologia do vínculo e do afeto. Quando a mãe olha amorosamente os olhos do bebê, seu corpinho recebe uma injeção de hormônios que levam à socialização e à empatia e seu cérebro é literalmente programado para a capacidade de amar.
A pesquisa prova que o cérebro do bebê – nos primeiros anos de vida – se sintoniza constantemente com o cérebro da pessoa que cuida dele para produzir neurotransmissores (hormônios) que programam o cérebro. Se a programação for adequada, a criança é dotada de um verdadeiro manual de instruções para ter saúde.
Da passagem pelo canal vaginal, até as tardes na pracinha, a criança vai registrar cada experiência. Toda vez que uma criança é traumatizada ou sofre maus tratos, a integridade de algum circuito cerebral é ameaçada ou à depender da profundidade do trauma, pode haver uma modificação permanente.
Assim como o álcool e a nicotina, tudo o que a mãe sente e pensa é comunicado ao seu bebê no útero. A ansiedade, depressão ou estresse da mãe alteram a inteligência e personalidade, pois recriam aos poucos circuitos do cérebro.
Esse entendimento nos trás mais responsabilidade mas também oferece uma nova oportunidade: a de aprender uma nova forma de iniciar uma vida e lidar com ela em seus princípios.
E a Microfisioterapia, claro, é uma ferramenta para ajudar pais e filhos nestes processos nem tão perfeitos quando a vida acontece.
Vamos falar mais sobre isso nos próximos posts! Acompanhe!