O toque inteligente que corrige cicatrizes deixadas por eventos traumáticos.
Fundamentos da técnica
1. Informação
A pedra fundamental desta técnica é a noção da importância da informação, como é igualmente o caso na imunologia, onde o reconhecimento do antígeno é necessário para a produção de anticorpos; e na psicologia onde a verbalização da emoção é necessária para a eliminação.
Tudo é informação. Mesmo uma molécula de água, que não é um ser vivo, trás informações sobre o ambiente em que esteve, com o que esteve em contato, quais padrões de pensamento ou emoções foram emitidas à ela. Isso foi comprovado pelo cientista Masaru Emoto, em seu experimento que gerou o livro “A mensagem da água”. O pensamento é informação, a emoção é informação, nossas células são pura informação. A memória celular é o que permitiu que as espécies sobrevivessem por milênios, e não apenas sobrevivessem, mas também se adaptassem ao meio, se modificassem para sobreviver às hostilidades que o ambiente impunha. E eu não estou falando de genética, e sim de Epigenética. A variação que o ambiente exigia entre estados alertas e de repouso permitiu que nós desenvolvêssemos o que hoje chamamos de Sistema Nervoso Autônomo, que regula nossas funções vitais frente às necessidades (fome, sono, estresse, medo, bem estar, repouso, reparo celular, balanço hormonal).
Todo o processamento dessas informações é feito pelo nosso Sistema Nervoso, que não à toa, está espalhado por todo o nosso corpo, e não apenas na cabeça. Cientistas como o psicólogo de Harvard Jeffrey Statinover e o neurofisiologista, geneticista e físico Joe Dispenza, concordam que o cérebro deva processar em torno de 400 bilhões de bits de informação por segundo que chegam ao cérebro, destes, apenas 2.000 bits constituem as informações para que o homem tenha consciência do mundo à sua volta. Esse é o máximo que conseguimos, conscientemente, perceber à nossa volta. A percepção da realidade por assim dizer, é extremamente limitada.
Isso não quer dizer que o restante das informações que não percebemos conscientemente sejam insignificantes ou descartadas. Por uma questão de necessidade, de sobrevivência, nós armazenamos as informações inconscientes no corpo, já que o tálamo, região cerebral responsável pelas memórias conscientes, têm tamanha limitação.
Quer um exemplo prático? Pense em uma situação marcante que você vivenciou. Agora, você provavelmente lembrou das pessoas envolvidas, do que foi dito, a data talvez, e de onde você estava. O quê você provavelmente não lembrou, foi a temperatura que fazia, se era dia ou noite, se estava chovendo ou não, a estação do ano, dos alimentos que você ingeria no momento do acontecimento, de como você estava posicionado (sentado, em pé, no telefone, deitado…), o cheiro que pairava no lugar, o quê você segurava nas mãos, e várias outras informações extra sensoriais, que permanecem até agora, tenha certeza disso, armazenadas, e no seu corpo. Não é à toa que de repente, começamos a apresentar alergias à determinados alimentos, estações do ano que nos adoecem, determinadas épocas do ano em que tudo parece desabar ou em acontecimentos cíclicos (de tempos em tempos). Tudo depende de como interpretamos.
Nosso organismo é levado a controlar permanentemente um número importante de informações e, dependendo do tipo de informação encontrado, deverá por vezes se defender e portanto, rejeitar em caso de perigo potencial. Por exemplo numa situação em que somos confrontados por alguém.
Esse conceito também se aplica à todos os animais na natureza, especialmente aos mamíferos devido à estrutura cerebral mais desenvolvida, e o hábito de pensar que somos diferentes dos animais, colegas de caminhada de milhares de anos de evolução, me parece apenas um capricho do inflado ego humano. Se este trabalho simples de defesa não é realizado, o que na maioria das vezes, acontece inconscientemente, a informação agressora irá se instalar no corpo. Se não conseguirmos lidar com a situação de imediato e resolvê-la, será criada uma memória inconsciente, que permanecerá no corpo, por mais tempo que se passe, em um local específico, onde poderá desenvolver futuramente, algum sintoma ou doença. Você provavelmente já ouviu que a doença sempre nos trás uma “mensagem”. Pois bem, por definição, MENSAGEM é a INFORMAÇÃO MATERIALIZADA.
A informação é a percepção, por uma pessoa, de uma modificação de seu ambiente exterior ou interior, levando a uma reação corporal e mental consecutiva. Isto pode vir de uma simples sensação, de uma dor devido à perda de alguém, passando também por uma mudança climática ou por reação a um produto químico.
O objetivo da técnica é encontrar através da micropalpação o local da marca ou rastro de sua inscrição, ler as informações memorizadas pelo organismo devido à agressão, e estimular este local com gesto palpatório específico para que a informação que foi estocada possa desaparecer. O corpo portanto, encontra uma possibilidade de eliminação da informação agressora.
2. Ritmo vital (Mecanismo Respiratório Primário)
Cada tecido que compõe o corpo humano é um conjunto de células animadas por oscilações e movimentos visíveis ao microscópio, sabemos que tudo que é vivo possui movimento. Sutherland, osteopata americano, fundador da osteopatia craniana, foi o primeiro a observar as junções cranianas e descobrir que as mesmas se destinavam ao movimento, apesar de sua aparência imóvel e dura, Sutherland percebeu um sutil movimento dos ossos do crânio e a continuidade deste movimento rítmico através de todos os tecidos do corpo. Ele observou que estes movimentos podem ser percebidos à palpação manual, que apresentavam um ritmo vital de 8 a 12 movimentos por minuto e que as alterações deste ritmo também estavam relacionadas à saúde do indivíduo.
Ao estudar os detalhes do crânio desarticulado, Sutherland observou a junção entre o osso temporal e a grande asa do esfenóide “formato oblíquo como as guelras do peixe”, indicando a ocorrência de movimento para o mecanismo articular craniano, parecido com o movimento respiratório. Para Sutherland, o movimento craniano parecia um movimento de inspiração e expiração e ele nomeou sua descoberta como: “Mecanismo Respiratório Primário” (MRP) e reconheceu este fenômeno como a maior expressão vital. Os trabalhos de Sutherland sobre os micros movimentos geraram as bases da Microfisioterapia, servindo na identificação das disfunções. Foi necessário ainda explicar porque um choque sobre uma determinada zona do corpo podia provocar sintomas variados e incômodos em regiões distantes do local afetado inicialmente. Todo problema em Microfisioterapia consiste em encontrar a causa inicial memorizada e armazenada em alguma parte do organismo, mas não obrigatoriamente no local onde o paciente apresenta sua queixa e nem exatamente onde podemos observar as alterações nas funções ou estruturas.
Para esta técnica a chave da leitura da patologia é a embriologia, e podemos observar que o ritmo vital normal dos tecidos orgânicos varia segundo a sua origem embriológica.
Desta maneira, observamos um ritmo de 03 segundos para ida e 03 para volta, ou seja, um período total de 06 segundos para o tecido originário do tecido embriológico mesoblástico: músculos, ossos (é o MRP de Sutherland), tendões, ligamentos, derme (pele). Um período de 30 segundos para o tecido proveniente do ectoblasto: que origina o sistema nervoso, a epiderme e os anexos, e de 60 segundos para as mucosas derivadas do endoblasto.
3. Auto-Cura
Todo ser vivo é capaz de fazer algo para si mesmo usando sua capacidade de autocorreção. Esta capacidade é considerada a base da cicatrização da imunologia (autopoiese).O sistema imunológico permite ao corpo reconhecer seu agressor (antígeno) e se defender (anticorpos), quando a agressão é muito forte ou quando chega de surpresa e o corpo não conhece o agente agressor, esta capacidade de auto reparação não se manifesta e os sintomas da doença se instalam.
4. Cicatriz Patológica
A Microfisioterapia define a cicatriz patológica como uma perturbação do ritmo vital do organismo, um rastro da agressão que o paciente sofreu e que o organismo não conseguiu eliminar e que pode ser percebida através da palpação do terapeuta sobre a pele do paciente. A cicatriz patológica desequilibra as células e os tecidos orgânicos, atrapalha suas funções e muito comumente gera sintomas. O tecido orgânico onde a cicatriz está instalada perde vitalidade, se torna mais “endurecido” e resistente à palpação. Esta cicatriz patogênica pode assemelhar-se ao que os físicos dizem ser “memória tecidual”. Descobertas recentes apóiam a teoria de que as lembranças são armazenadas no corpo todo e não somente no cérebro. Todos os tecidos orgânicos são submetidos e reagem aos eventos que acontecem durante nossa existência e guardam estas memórias.
5. A Correção Homeopática
Existe uma grande lei na imunologia, e é enunciada da seguinte maneira: para que um organismo possa iniciar seu mecanismo de defesa através dos anticorpos, será necessário que o organismo reconheça o agressor: o antígeno. Esta lei é seguida pela Microfisioterapia. O terapeuta irá encontrar a cicatriz patológica, o rastro ou a marca, a memória deixada pelo antígeno que penetrou no corpo afim de utilizá-la para reinformar os sistemas de defesa.
Samuel Hahnemann enunciou dois princípios fundadores da homeopatia denominados: lei da “semelhança” e do “infinitesimal”. Estas duas leis foram retomadas e utilizadas pela Microfisioterapia, da seguinte forma: a lei de cura pelo semelhante significa a reprodução da agressão sobre a cicatriz patológica e a do infinitesimal significa utilizar uma quantidade ínfima de estímulo palpatório.
O gesto de correção efetuado sobre o local da porta de entrada da agressão (cicatriz patológica) será o menor possível, infinitesimal e em micro escala (palpação mínima). Estimulando a cicatriz patogênica de maneira suave e lenta, o terapeuta fornece ao organismo a possibilidade de reconhecer o agressor e desencadear a autocorreção. Desta forma, reinformamos o corpo sobre o seu passado para que ele possa reagir hoje sobre um evento ocorrido em outra época. É oferecida ao paciente uma nova chance de fazer ele mesmo o trabalho inacabado e de uma maneira suficientemente suave para não criar um despertar da cicatriz, mas unicamente para lembrar o organismo da presença de um agressor.
6. Micropalpação
Micropalpação é um gesto manual utilizado pelo terapeuta para trabalhar sobre o corpo do paciente, tanto para o diagnóstico funcional, localizando a cicatriz patológica, como para saber quais foram às conseqüências desta agressão (os sintomas). Através da micropalpação é possível perceber o ritmo vital especifico de cada tecido. Se o organismo apresentar uma resistência para um gesto num local específico, significa que os ritmos vitais estão alterados neste local por um evento que atrapalha as funções do organismo, que não foi excluído pelo corpo e que, por isso, deve ser tratado. Se o organismo não apresentar nenhuma restrição, nenhuma resistência a palpação efetuada, significa que a zona testada está livre e não contém nenhuma marca ou registro, nenhuma memória de eventos perturbadores e então, neste caso, não necessita de tratamento.
Sobre a autora:
Dra. Simone Carvalho
Fisioterapeuta Crefito 216935-F
- Formações Internacionais em Microfisioterapia (França)
- Leitura Biológica (Nova Medicina Germânica)
- Terapia CranioSacral (SER1) (USA)
- PSYCH-K® nível PRO (USA)