A mini-máxi esquizofrenia é o motivo pelo qual temos a sensação de uma grande nuvem negra quando estamos vivendo um conflito. Só conseguimos ver o problema e uma solução nem nos passa à cabeça.
Pois bem, esse texto é realmente muito interessante, tanto que já devia ter escrito sobre esse assunto antes pois tenho a certeza que todos vão se identificar. Trabalhando com os pacientes em consultório, me deparo rotineiramente com estados de mini-máxi esquizofrenia, ou efeito hipnótico do conflito, como queira.
Esses são conceitos da Nova Medicina Germânica (NMG), que explica os sintomas físicos e emocionais de um prisma biológico e totalmente diferente do que estamos acostumados, inclusive fatores essenciais no tratamento que geralmente não levamos em consideração. Eu já escrevi alguns artigos sobre o assunto em As Cinco Leis Biológicas; Biografia do Dr. Hamer e Os 13 Conselhos do Dr. Hamer para Curar-se.
Mas afinal, o que é um conflito para a NMG?
Um conflito é um sentimento provocado por um choque de tal modo que o ser humano se encontra afetado de forma tão inesperada que não pode, à princípio, reagir: “isso nunca me aconteceu!”; “meu chão desapareceu sob meus pés!”, “sinto como se uma bala tivesse me atingido”; “estou perdido, não sei o que faço”… É tudo aquilo que seja totalmente inesperado e não totalmente compreensível no momento. Quando vivemos essas situações, estamos vivendo um conflito biológico.
Quando passamos por essas situações, no exato instante em que elas acontecem, estamos totalmente imersos. Nosso corpo utiliza todos os nossos sentidos (audição, visão, paladar, olfato, tato, o os outros mais de 20 já catalogados cientificamente) para perceber e captar tudo o que está à nossa volta, devido à descarga de hormônios do estresse, nossos sentidos ficam aflorados e registram tudo o que captam em nosso subconsciente (entenda-se por subconsciente não apenas os processos mentais mas também as nossas células pela capacidade de memória celular).
Assim, nós montamos naquele exato momento uma “foto” ou um pequeno “filme”, uma cena que vai passar muitas e muitas vezes em nossa mente, por vezes até durante anos.
Um exemplo que gosto de usar para tornar esses conceitos mais visuais é uma batida de carro. Se você já bateu o carro ou esteve em um acidente alguma vez vai saber do que estou falando. Algo totalmente inesperado, que nos pega de surpresa. Se há feridos, não sabemos o que fazer exatamente, além de ligar para o 193. Ficamos perdidos na cena, e só conseguimos ver as pessoas envolvidas diretamente, os veículos amassados, relembramos da tentativa de evitar o acidente que ocorre milésimos de segundo antes, mas somos incapazes de lembrar conscientemente depois das pessoas à volta, de como os outros carros pararam ao redor, das cenas corriqueiras como alguém andando de bicicleta, um cachorro que atravessa a rua naquele momento. Ficamos totalmente embebidos nos acontecimentos diretamente relacionados ao evento e criamos essa “parada na imagem” que vai nos revisitar por muitas vezes depois.
Isso é a mini-máxi esquizofrenia, o efeito hipnótico que o conflito gera em nós. É uma forma que nossa psique encontra para reapresentar repetidamente a cena, na tentativa de encontrar uma solução ao problema. No momento em que estamos imersos neste oceano do conflito ficamos com uma espécie de cegueira. É como dizer ao peixe que ele está imerso em água. Ele responderá: que água?
Mini significa um pequeno momento, máxi significa total, esquizofrenia é este estado de perceber apenas o conflito numa noção de impotência diante dele. Segundo a NMG, todos temos algum grau de esquizofrenia, que o Dr. Hamer define de maneira diferente da psiquiatria e psicologia. Porém neste momento, somos completamente “esquizofrênicos”, segundo ele.
Mas qual a importância da mini-máxi no processo terapêutico?
Durante um atendimento, quando questiono o paciente sobre determinados eventos significativos em um determinado momento da vida, a pessoa pode imediatamente entrar na mini-máxi esquizofrenia assim que lembrar-se do evento. Existem sinais de que o paciente está neste estado, e um deles é a negação, nega a relevância do que viveu, nega seus sentimentos relacionados, e para um terapeuta distraído pode parecer convincente.
Muitas vezes precisamos tirar o paciente da mini-máxi esquizofrenia para conseguir dar segmento no processo terapêutico, mas nem sempre isso é possível num primeiro momento. Às vezes este efeito é tão intenso que precisamos trabalhar aos poucos, pois o processo físico e emocional que vem com uma retirada abrupta pode ser muito indesejável, e isso exige muita responsabilidade e conhecimento por parte do terapeuta.
Na tentativa de lidar com o problema de tal forma à minimizá-lo, muitas vezes minimizamos o que sentimos, e até mesmo negamos que tenhamos sentido algo. É um mecanismo de segurança, de proteção.
Uma mãe que aborta pode passar a minimizar o que sentiu quando toca no assunto. Quando perdemos um animal de estimação; passamos por uma separação; quando enfrentamos uma falência de uma empresa à qual tanto nos dedicamos e começamos a minimizar ou negar dando a impressão de que estamos lidando muito bem com a situação, mesmo ainda sendo atormentados pela “pausa na imagem” que nos perseguem, podemos estar em mini-máxi.
O fato é que, todos sabemos O QUE vivemos, mas não sabemos COMO vivemos. COMO SENTIMOS, é o que vai determinar posteriormente nossas adaptações físicas e emocionais, nossos sintomas, são diretamente dependentes da PERCEPÇÃO que temos do que vivemos.
Meu papel é esclarecer qual foi o SENTIR EMOTIVO, A PERCEPÇÃO que a pessoa teve no momento segundo os órgãos, tecidos e sistemas corporais que estão impactados pelo evento, e esclarecer o sentido biológico destes órgãos e tecidos terem respondido de tal forma. Na natureza nada é por acaso, e toda resposta têm uma causa.
Se o paciente consegue sair da sua negação, deste estado hipnótico que o conflito continua exercendo sobre ele no momento em que entende como se sentiu e pode falar à respeito, começamos então a trabalhar com a ressignificação do trauma, do conflito, o passo fundamental para a melhora dos sintomas, e também o assunto do próximo post!
Percebe-se assim a terapêutica como um processo de construção e colaboração entre terapeuta e paciente. É a diferença entre tomar um comprimido e aguardar o efeito, ou assumir sua responsabilidade no processo quando faz um tratamento em saúde integral.
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Sobre a autora:
Dra. Simone Carvalho
Fisioterapeuta Crefito 216935-F
- Formações Internacionais em Microfisioterapia (França)
- Leitura Biológica (Nova Medicina Germânica)
- Terapia CranioSacral (SER1) (USA)
- PSYCH-K® nível PRO (USA)